segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dilma e a fé cristã - FREI BETTO

Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária aos princípios do Evangelho e da fé cristã

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte.
Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência
Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho.
Nada tinha de "marxista ateia".
Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória -diria, terrorista- acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos.
Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.
Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.
Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica.
Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.
É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.
Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...
Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.
A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.



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FREI BETTO, frade dominicano, é assessor de movimentos sociais e escritor, autor de "Um homem chamado Jesus" (Rocco), entre outros livros. Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004, governo Lula).

sábado, 16 de outubro de 2010

EVENTOS DO PROJETO

         Dia 01 de novenbro de 2010 acontecerá, na região do rio do peixe, em niquelandia GO a lº reunião da execultiva do projeto ART&JOVEM, com a presença das 5 associações que são favorecidas pelo projeto.
são elas:
 APRUFE: associação de mines e pequenos produtores rurais da região estiva
AMPRIP: associação dos  mines e pequenos produtores rurais da região rio do peixe
assentamento ARANHA
associação CORREGO DANTAS
associação FARTURA!
A pauta a ser discutida será:


*A divulgação do projeto na região

*Parcerias regionais para realização de oficinas e eventos ligados ao projeto

* Propostas da equipe para os próximos meses

*Colher informações sobre os cursos e oficinas que mais interessem aos jovens da região

*Apresentar o blog

*Estudar a possibilidade de inicio da rede de criação artesanal dos produtos com a marca ART&JOVEM

*Criação do selo

*Formar uma equipe local para a captação de material para publicação e atualização do blog

*Marcar o próximo evento  do projeto

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Posicionamento público do FBES sobre o 2º turno eleitoral 2010

Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de Economia Solidária
Brasília, 12 de outubro de 2010

   O Fórum Brasileiro de Economia Solidária, em nome dos empreendimentos solidários, rede de gestores e entidades de apoio e fomento que constituem o movimento organizado de Economia Solidária no país, vem a público manifestar seu posicionamento com relação ao segundo turno das eleições de 2010.

   O Movimento de Economia Solidária propõe, a partir de suas práticas econômicas e organização política, a mudança do modelo de desenvolvimento baseado na exploração irrestrita dos recursos naturais e no favorecimento às grandes empresas capitalistas. É preciso que o desenvolvimento tenha a vida como foco e motivação, tendo como motores o trabalho associado, a solidariedade, a cooperação, o respeito à natureza, a diversidade cultural, étnica e generacional, o reconhecimento e autodeterminação dos povos e comunidades tradicionais, e a justiça social, de gênero e ambiental. Neste sentido, afirmamos que a economia deve estar a serviço da vida, e não o contrário.

   Por isso lutamos, independentemente do processo eleitoral, pela democracia plena e por diferentes políticas públicas e ações integradas, dentre as quais destacamos:
 - Solidariedade na atividade econômica: Reconhecimento do trabalho associado como forma de promoção do desenvolvimento econômico com justiça social, enraizamento comunitário e preservação ambiental; promoção de redes e cadeias de produção, comercialização e consumo solidários; promoção do acesso a crédito através de instrumentos democráticos e locais de finanças solidárias como alternativa ao sistema financeiro especulador; ampliação do fomento da produção da agricultura familiar, camponesa e agroecológica, garantindo o direito à biodiversidade livre de transgênicos e agrotóxicos; defesa do trabalho digno; democratização e controle social do BNDES; emancipação econômica das mulheres.
 - Por um consumo que promova a vida: Promoção do consumo responsável; garantia do direito à informação detalhada ao consumidor; afirmação do comércio justo e solidário como promotor de circuitos territorializados de distribuição equitativa de bens e serviços; superar o consumismo através de formação para o consumo responsável e regulamentação da propaganda; defesa da segurança e soberania alimentar e nutricional.
 - Liberdade e diversidade de expressão: defesa e reconhecimento dos conhecimentos tradicionais; opção pelo conhecimento livre de patentes; democratização da imprensa e mídia, garantindo espaço privilegiado a rádios e TVs comunitárias e outros meios de comunicação populares; apoio às diversas expressões culturais populares.
 - Direitos territoriais: reformas agrária e urbana; demarcação de terras e reconhecimento dos povos e comunidades indígenas e tradicionais; limite do tamanho da propriedade da terra; integração internacional pautada na soberania, solidariedade e respeito mútuo, e economicamente em empreendimentos de economia solidária.
 - Preservação de nosso planeta: revisão da matriz energética para fontes renováveis e limpas (tais como eólica e solar); defesa dos biomas e biodiversidade brasileiros, em especial o Cerrado e a Amazônia; melhoria e ampliação do transporte público para redução de congestionamentos e poluição; expansão do apoio às cooperativas de catadores de materiais recicláveis.
 - Por uma gestão da política de Economia Solidária em outro patamar: conforme deliberação da II Conferência Nacional de Economia Solidária, afirmamos a necessidade de criação de um Ministério de Economia Solidária para dar conta deste setor de forma integrada e sistêmica.

   Ao analisarmos os programas, a trajetória política e os governos representados pelas duas candidaturas para este segundo turno, fica evidente que a candidatura do PSDB-DEM, além de não defender estas ações, é avessa à organização da sociedade civil através da criminalização dos movimentos sociais. A candidatura Dilma Rousseff, pelo seu caráter progressista, é a que pode, neste segundo turno, abrir espaço a estas inovações no modelo de desenvolvimento, já tendo inclusive, no atual governo, apoiado algumas delas.

   Desta forma, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, através de sua base de milhares de empreendimentos solidários e organizações e redes locais e nacionais, torna público o seu apoio, de forma apartidária, à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República.

   Para além de nossa posição, repudiamos o uso de boatarias, mentiras e manipulação de informações com o objetivo de fomentar o preconceito à pessoa de Dilma, mulher lutadora que deve ser respeitada por suas conquistas e história de defesa da democracia neste país. Defendemos uma campanha baseada nas propostas e programas políticos dos candidatos, para permitir a opção consciente da população brasileira.

   Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de Economia Solidária

Evento debate novas tendências do consumo no mundo contemporâneo

   Quais são os rumos e as tendências do consumo no Brasil e no mundo contemporâneo? É para responder questões como estas que especialistas nacionais e internacionais se reúnem, a partir de hoje (15), no Rio de Janeiro (RJ), durante o 5° Encontro Nacional de Estudos do Consumo (ENEC) e o 1° Encontro Luso-brasileiro de Estudos do Consumo. Os eventos são realizados na Escola Superior de Propaganda e Marketing/ESPM, no centro da cidade, e seguem até sexta-feira (17). 

   Para animar os debates dos três dias do evento foram definidas temáticas como "Legados ideológicos do consumo: império, nação e cidadania no mundo moderno", "Tendências e ideologias do consumo no mundo contemporâneo", "Consumo, Cidadania e Ética", "Consumo, mercados e valores: novas configurações", "Consumo e mundo digital" e "Estudos do Consumo no Brasil e em Portugal: perspectivas comparativas". Nestas ocasiões, os especialistas apresentam seus estudos sobre o assunto.

   A antropóloga Lívia Barbosa, que participa do evento, comentou que "existe uma série de tendência e de valores que orientam o consumo". Segundo ela, é preciso analisar cada segmento como alimentação, lazer, informática, moradia, entre outros, para identificar as mudanças e os novos rumos.

   "Por exemplo, hoje, as pessoas procuram por alimentos mais frescos e naturais, mas, por outro lado, as mulheres também buscam produtos mais práticos e rápidos", detalhou.

   Ela relatou que o papel do consumidor se modificou nos últimos anos, revelando responsabilidade cidadã, já que, atualmente, a pessoa que consome se preocupa com questões como origem do produto, se o fabricante tem vínculo com trabalho escravo, etc. Segundo ela, essa nova postura tem sido adotada depois da década de 80.

   Lívia esclareceu ainda que a idéia de que o consumo está ligado ao mercado econômico não é exata, já que "o consumo está ligado à questões morais e à construção de um processo de identidade nacional", além de outras relações culturais.

   Durante a realização da mesa-redonda "Tendências e ideologias do consumo no mundo contemporâneo", amanhã (16), Lívia Barbosa apresentará os resultados de uma pesquisa feita com 402 jovens, moradores do Rio e de São Paulo, que examinou os valores políticos do jovem contemporâneo e como é sua relação com o consumo, como instrumento de cidadania.

   "O objetivo desta pesquisa foi tentar medir o uso do consumo como ação e engajamento político do jovem. Envolve padrões do consumo, do lazer e da visão dos jovens sobre a política", explicou. A partir dos resultados de sua pesquisa a antropóloga afirma que o jovem tem sim consciência e responsabilidade no momento de consumir.

   Nos últimos anos, o ato de consumir ficou agregado à valores e preocupações não pensadas antes. Hoje, questões como sustentabilidade e valorização da origem dos produtos, passaram a preocupar muitos consumidores, que também se preocupam com as consequências do ato de consumir, tanto para sua vida pessoal, quanto para a vida em comunidade.

Fonte: Adital